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Em certo sonho acordei de manhãs intranquilas

​2014
Videoinstalação / performance
Dimensões mínimas de 2,5 x 1,5 x 3,0 m
(Softwares utilizados: Adobe Premiere)

Uma performance construída sobre uma instalação construída sobre uma performance. Um trabalho que lida com a dialética entre enaltecer e esquecer, entre a manutenção de antigas esperanças e a aceitação de novas fases da vida. É a partir dessas perspectivas específicas que eu compreendo como se deu o desenvolvimento do trabalho em sua primeira montagem, apresentado nessas circunstâncias no Espaço Cultural Casa do Lago da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) entre os dias 02 e 18 de dezembro de 2014. 
“Em certo sonho...” lida com uma exploração particularmente minha de uma “geografia afetiva”, pela qual eu revisito – por intermédio de quatro (4) ações de abandono de objetos de valor simbólico compreendidas pela performance documentada em vídeo – lugares do campus universitário da Unicamp em Campinas os quais adquiriram uma significação especial para mim nesses últimos dois anos de minha vida. 
Durante seus dezesseis (16) dias de exposição em dezembro de 2014, o trabalho consistiu na apresentação de quatro (4) longas folhas de papel kraft fixadas a painéis móveis da Casa do Lago e sobre as quais foram colocados quatro (4) desenhos que representaram os objetos abandonados e quatro (4) mapas correspondentes que marcaram os lugares onde se deram as ações em questão. O vídeo de registro de realização da performance foi, por sua vez, exibido em loop aos espectadores por intermédio de um aparelho de televisão posicionado sobre um suporte à frente dos painéis móveis e ligado a um reprodutor de DVD oculto do público visitante.
Além disso, no decorrer daqueles mesmos dezesseis dias, eu me propus a realizar o apagamento progressivo de quatro (4) relatos transcritos em carvão a partir de frases que eu havia escrito originalmente em cada uma das quatro ações de abandono de objetos (e as quais também foram deixadas para trás). Tais transcrições foram realizadas sobre cada uma das folhas de papel kraft expostas como parte da instalação.
Essa situação fala, ao meu ver, de uma verdadeira “topografia da memória” que se prova muitas vezes mais relevante ao indivíduo inserido num dado contexto sociocultural que a topologia dos terrenos imbricada aos estudos geológicos e geofísicos dos terrenos ocupados pelo homem em sua expansão na natureza. Tal topografia compreende a sobreposição de “camadas” de memória – construções afetivas que todos nós erguemos em relação a uma dada localidade e que dizem respeito a momentos particularmente marcantes de nossas vidas – sejam eles, por exemplo, lembranças de brincadeiras agradáveis de infância, de ocasiões partilhadas com entes queridos, de conversas que mudaram opiniões nossas sobre o mundo, etc.
No meu caso, a via crucis que percorri ao me propor a revisitar aqueles lugares selecionados em decorrência de suas significações afetivas particulares diz respeito ao fim de uma relação amorosa. O valor simbólico da pedra que carrego ao passar por cada um desses lugares (conforme documentado no vídeo de registro da performance, anexado também a este portfólio) se torna claro, uma vez que o peso das memórias do passado, do arrependimento e da saudade permeava todo meu processo criativo. Nesse sentido, “Em certo sonho...”  consistiu numa tentativa da minha parte de exteriorizar as angústias consequentes da incerteza sobre o futuro e de dialogar com o espectador que enfrenta também seus demônios pessoais no domínio das relações com o outro.
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