#lovegoals_1.0 (web)
Projeto autoral de web arte disponível em https://kinetoskombi.github.io/lovegoals/ que se articulou tanto a uma instalação exposta na mostra coletiva de formandos em Artes Visuais da Unicamp em 2017 intitulada "Passagens" como a uma intervenção com lambe na Vila Industrial (em Campinas/SP) que fez parte da exposição "TECNOpressões".
Capturas de tela (screenshots) que resumem o fluxo de navegação do site:
Stills das 33 sequências animadas em 2D que fazem parte de "#lovegoals_1.0" (vide mais detalhes aqui):
Artes para a homepage do site "#lovegoals_1.0":
Videoinstalação com QR codes de acesso ao site "#lovegoals_1.0" na exposição "Passagens" (2017):
Fanzine derivada da narrativa abarcada pelo projeto:
“#lovegoals_1.0” é um projeto de net arte que se baseia em um narrativa de minha autoria originalmente escrita em 2016 e cuja trama inspira-se na literatura cyberpunk de nomes como William Gibson (“Neuromancer”, “Count Zero”), Neal Stephenson (“Snow Crash”), entre outros autores. Logo. o público-alvo são jovens adultos da faixa dos 16 aos 25 anos.
A ficção transcorre em um futuro distópico, no ano de 2057, no qual se vê a intensificação do consumismo desenfreado levou a degradação do meio ambiente em diferentes instâncias. O refugo de uma guerra deflagrada entre Estados Unidos e China na década de 2030 (e que levou a fragmentação desse primeiro país), aliado ao dieback (morte espontânea) de muitas florestas tropicais desmatadas, à perda mundial da biodiversidade e ao aumento imprevisto da acidez dos oceanos, levou a níveis baixíssimos de fotossíntese realizada tanto por causa das poucas plantas sobreviventes como pelo fitoplâncton remanescente em múltiplas localidades do planeta Terra. Essa mudança de paradigma caracterizou-se de forma mais palpável para a humanidade pela concentração extrema de gases de efeito estufa na atmosfera e um efeito abrangente de smog nas grandes cidades, já que os ciclos hídricos também foram afetados. Além da hipóxia, a qualidade do ar tornou-se irrespirável para o ser humano em momentos específicos do dia, durante os quais surtos de smog assomam o âmbito urbano e obrigam as pessoas a usar máscaras de filtragem para disputar entre si o pouco oxigênio disponível. Basicamente, o grau de rarefação do ar que se respira hoje nas mais altas montanhas do Himalaia será o que se respirará ao nível do mar.
Por sua vez, esse contexto de colapso ambiental (e da consequente crise econômica generalizada) levou ao acirramento de posições político-ideológicas. Desesperadas por uma solução para o problema, várias “democracias” mundo afora abdicaram da representatividade do povo em prol da escolha de líderes com opiniões radicais. Políticos ascenderam ao poder implementando e realizando práticas autoritárias de controle populacional. Câmeras, escutas e toques de recolher foram implantados por todo o canto junto de leis absurdas, tais como a que impunha a jovens da faixa de 18 aos 30 anos a reprodução cisgênero. Objetivava-se que casais (homem e mulher) tivessem NO MÍNIMO dois filhos cada (sob pena de represálias dos mais diversos tipos), enquanto tornava-se mandatório em diferentes países adotarem soluções de monitoramento e vigilância elaboradas pela multinacional uForge.
Nesse cenário sombrio, a perseguição aos gays, transgêneros, travestis, entre outras vítimas de LGBTfobia, tornou-se socialmente aceita no Brasil. As antigas instituições minimamente democráticas (tais como o Senado e as Câmaras dos Deputados estaduais e federais) foram extintas pelo Protetor da União Elizandro Cohen (a figura que assumiu o papel anteriormente delegado ao Presidente da República) em nome de um Parlamento federal unificado – fantoche manipulado pelas vontades do Protetor e de seu partido político. Logo, entidades ligadas a esse novo órgão governamental vendiam a desvaria que afirmava que “gays, lésbicas e afeminados de qualquer espécie” contribuem para a situação de crise. Por isso, relacionamentos não-heteronormativos foram criminalizados, e ONGs e OGs foram criadas no sentido de policiar a população e coibir os chamados “atos de obscenidade”.
Esse é o Brasil em que Fabiana e Miranda vivem – duas jovens de 20-25 anos que mantêm um relacionamento amoroso. Explica-se aí o porquê de o título do projeto ser “#lovegoals”: além de ser o nome do movimento de resistência às práticas do Governo Cohen com o qual ambas as protagonistas se envolvem, o termo compreende atualmente um sufixo de hashtag bastante utilizado na web como complemento de algo que se almeja. “____goals” implica, em sua junção com a palavra “love” (“amor” em inglês), o desejo de amar livremente ou de ser amado por outros. Logo, seu significado antecipa em si a vontade das protagonistas da história de serem respeitadas por aqueles que as perseguiram tão-somente por desejarem viver juntas.
Em virtude da perseguição imposta à Miranda por membros do grupo hacker OneLove, Fabiana se vê num dilema: ajudar Miranda através de suas próprias habilidades em hacking ou evitar o envolvimento com essa situação que lhe traz memórias ruins de um passado em hacktivismo no qual entes queridos seus sofreram sérias consequências. Será que ela está disposta a arriscar a vida de Miranda, se for preciso, para lutar contra o status quo?
A ficção transcorre em um futuro distópico, no ano de 2057, no qual se vê a intensificação do consumismo desenfreado levou a degradação do meio ambiente em diferentes instâncias. O refugo de uma guerra deflagrada entre Estados Unidos e China na década de 2030 (e que levou a fragmentação desse primeiro país), aliado ao dieback (morte espontânea) de muitas florestas tropicais desmatadas, à perda mundial da biodiversidade e ao aumento imprevisto da acidez dos oceanos, levou a níveis baixíssimos de fotossíntese realizada tanto por causa das poucas plantas sobreviventes como pelo fitoplâncton remanescente em múltiplas localidades do planeta Terra. Essa mudança de paradigma caracterizou-se de forma mais palpável para a humanidade pela concentração extrema de gases de efeito estufa na atmosfera e um efeito abrangente de smog nas grandes cidades, já que os ciclos hídricos também foram afetados. Além da hipóxia, a qualidade do ar tornou-se irrespirável para o ser humano em momentos específicos do dia, durante os quais surtos de smog assomam o âmbito urbano e obrigam as pessoas a usar máscaras de filtragem para disputar entre si o pouco oxigênio disponível. Basicamente, o grau de rarefação do ar que se respira hoje nas mais altas montanhas do Himalaia será o que se respirará ao nível do mar.
Por sua vez, esse contexto de colapso ambiental (e da consequente crise econômica generalizada) levou ao acirramento de posições político-ideológicas. Desesperadas por uma solução para o problema, várias “democracias” mundo afora abdicaram da representatividade do povo em prol da escolha de líderes com opiniões radicais. Políticos ascenderam ao poder implementando e realizando práticas autoritárias de controle populacional. Câmeras, escutas e toques de recolher foram implantados por todo o canto junto de leis absurdas, tais como a que impunha a jovens da faixa de 18 aos 30 anos a reprodução cisgênero. Objetivava-se que casais (homem e mulher) tivessem NO MÍNIMO dois filhos cada (sob pena de represálias dos mais diversos tipos), enquanto tornava-se mandatório em diferentes países adotarem soluções de monitoramento e vigilância elaboradas pela multinacional uForge.
Nesse cenário sombrio, a perseguição aos gays, transgêneros, travestis, entre outras vítimas de LGBTfobia, tornou-se socialmente aceita no Brasil. As antigas instituições minimamente democráticas (tais como o Senado e as Câmaras dos Deputados estaduais e federais) foram extintas pelo Protetor da União Elizandro Cohen (a figura que assumiu o papel anteriormente delegado ao Presidente da República) em nome de um Parlamento federal unificado – fantoche manipulado pelas vontades do Protetor e de seu partido político. Logo, entidades ligadas a esse novo órgão governamental vendiam a desvaria que afirmava que “gays, lésbicas e afeminados de qualquer espécie” contribuem para a situação de crise. Por isso, relacionamentos não-heteronormativos foram criminalizados, e ONGs e OGs foram criadas no sentido de policiar a população e coibir os chamados “atos de obscenidade”.
Esse é o Brasil em que Fabiana e Miranda vivem – duas jovens de 20-25 anos que mantêm um relacionamento amoroso. Explica-se aí o porquê de o título do projeto ser “#lovegoals”: além de ser o nome do movimento de resistência às práticas do Governo Cohen com o qual ambas as protagonistas se envolvem, o termo compreende atualmente um sufixo de hashtag bastante utilizado na web como complemento de algo que se almeja. “____goals” implica, em sua junção com a palavra “love” (“amor” em inglês), o desejo de amar livremente ou de ser amado por outros. Logo, seu significado antecipa em si a vontade das protagonistas da história de serem respeitadas por aqueles que as perseguiram tão-somente por desejarem viver juntas.
Em virtude da perseguição imposta à Miranda por membros do grupo hacker OneLove, Fabiana se vê num dilema: ajudar Miranda através de suas próprias habilidades em hacking ou evitar o envolvimento com essa situação que lhe traz memórias ruins de um passado em hacktivismo no qual entes queridos seus sofreram sérias consequências. Será que ela está disposta a arriscar a vida de Miranda, se for preciso, para lutar contra o status quo?